segunda-feira, 24 de outubro de 2011

O Yoga e a Felicidade




O Instrutor de Yoga, Sergio Carvalho, abordou o tema: O Yoga e a busca pela felicidade na 8ª Edição do Projeto filosofandoagora, sem nenhuma promessa de acesso fácil à felicidade, mas deixou claro que o caminho para a tão sonhada beatitude é simples, desde que tenhamos Disciplina.

Segue abaixo alguns aspectos do que foi discutido nessa edição. Lembrando que os aspectos escolhidos fazem parte da minha percepção e entendimento.

Vamos começar com uma pergunta, mais como pretexto, já que a minha incumbência é filosofar.

O que é a Felicidade?

A felicidade é a meta da vida humana, já dizia Aristóteles. Acredito que essa seja a busca incansável de todo ser humano. Porém, o objeto da felicidade é algo totalmente subjetivo. E esse objeto, por sua vez, é aquilo pelo qual cada pessoa daria a sua vida para conseguir. Por exemplo: para quem não se alimenta diariamente, o alimento é o objeto de felicidade; para quem está enfermo, a saúde é o objeto da felicidade; para quem não tem nada, qualquer coisa é objeto de felicidade.
Mas, contraditoriamente, quem tem tudo, seja saúde, dinheiro, posses e ou reconhecimento social, não necessariamente sente-se feliz. O tudo ou mais pode ser sinônimo de preocupação, ou mesmo infelicidade. Quem tem muito se preocupa e se ocupa com o que tem e assim sofre de ansiedade, sofre por antecipação e sofre por desconhecer-se. Quer ser feliz? Então exerça o desapego, doe um pouco do que possui. Experimente esse caminho, vai que dá certo e você então encontra a sua tão almejada felicidade.

Em sua palestra, Sergio explicou que existem cinco metas diárias da existência humana que devem ser cumpridas, são elas: alimentar-se, acasalar-se, dormir, cuidar do território e questionar a própria existência.

Essa última meta tem por finalidade o desenvolvimento da espiritualidade, a qual nos permite abrir as portas da tão almejada bem-aventurança. Quem sou? De onde vim? Para onde vou? Sergio enfatiza que essas perguntas é o ponto de partida que transforma alguém em ser humano. Trabalhar diariamente nas quatro primeiras metas sem exercitar a quinta é como nadar na contra corrente. É o mesmo que ter, fazer, possuir, sem sentir-se pleno e, ainda, pensar que a felicidade é algo acessível aos deuses, ricos, famosos, magros e inacessível aos não abastados e a nós, gente como a gente.


No entanto, a felicidade é algo que precisa ser exercitada. Exercício que começa pela busca do questionamento e aprimoramento da própria existência. De acordo com os Vedas, uma das literaturas mais antigas da humanidade (aproximadamente 5.000 anos a.C) o caminho para o aperfeiçoamento da existência passa pelo Yoga. É nessa perspectiva que o Yoga é o caminho para a felicidade.  Nesse caminho o primeiro passo a ser dado é reconhecer que pelo fato de se estar vivo, já se pratica Yoga. Como disse Sergio: nasceu, dançou, já está praticando Yoga.

O ser humano, sabendo ou não, querendo ou não, pratica Yoga a partir das suas ações; do conhecimento que se busca e do caminho que se segue. A primeira prática é o Karma Yoga. Karma significa ação e o princípio do Karma Yoga diz que toda ação gera uma outra ação e portanto uma consequência. Sergio nos lembra que pelo princípio do Karma Yoga não adianta plantarmos cenouras e querermos colher tomates. Simples assim, o que você planta é o que você colhe.


A segunda prática é o Jnana Yoga que representa o caminho do conhecimento, o que significa que cada um busca o conhecimento que sua alma anseia. Independente do que se lê, seja Veja, seja Caras, seja Contigo, seja os Pensadores, gibi da turma da Mônica, tirinhas da Mafalda ou textos sagrados, o caminho do conhecimento é a forma de se praticar Jnana Yoga.  A terceira prática é o Bhakti Yoga que representa o caminho da devoção e também da auto-realização. A felicidade, de acordo com a tradição védica, caminha ao lado das práticas, que significa atenção constante para não esquecermos o que realmente é importante na vida.


E por falar em atenção, só para finalizar. Você presta atenção na sua respiração? Se não, então pare, respire um pouco. Respirar é o princípio básico da vida e também das práticas de Yoga. Infelizmente o ato de respirar foi desaprendido em função da azáfama, dos excessos de compromissos, negócios, mercados, interesses, etc.

Respirar conscientemente é o remédio de custo zero contra o grande mal do nosso século, a ansiedade. O simples ato de respirar com atenção, já faz com que a pessoa traga a sua mente e a sua atenção para o momento presente, para o agora, ou seja, para o único momento e tempo que realmente existe, consequência disso: o fim da ansiedade.





No mais,

Respire

Seja tolerante

Seja humilde

Ofereça respeito e honra a todos

E seja feliz

NAMASTE




Abaixo os participantes que prestigiaram esse encontro.





















A Coordenadora do Lar Espírita André Luiz, Lucimar e
e os idosos da casa ficaram muito felizez e gratos com as doações dos leites.
(27 itens da 7ª Edição com Dr. Lister Vianei
e mais 36 itens da 8ª Edição com Sergio Carvalho)



Um abraço carinhoso a todos

Até o próximo encontro

NAMASTE

Silvia

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

8ª Edição Projeto Filosofandoagora

Dando sequência à temática
“Filosofia como Arte de Vida”
Apresenta a palestra:


O Yoga e a busca pela felicidade


palestrante:
Ministrou aulas particulares e para grupos em São Paulo durante 12 anos e, em 2010 mudou-se para Uberlândia, onde ministra aulas no Espaço de Yoga Premavati e no Espaço Esotérico Samsara.  Dirige o Curso de Formação de professores do Portal do Yoga desde 2007.
Desenvolve sua prática de yoga bem como a de seus alunos através de treinamentos nos quais são bastante explorados os conceitos sobre a energia vital e a importância de tornar a prática de yoga algo muito mais profundo que um simples exercício físico.
É discípulo de Srila Govinda Maharaj na linha Vaishnava de Bhakti Yoga (o caminho devocional).




Para Aristóteles, a felicidade ou eudaimonia significa atingir o potencial pleno de realização de cada um. A felicidade, então, é a meta da vida humana, tudo o que fazemos tem como motivo principal a busca da eudaimonia.
(Eudaimonia (he) / eudaimonia: felicidade. Latim: felicitas, beatitudo. Formado por daímon / daimon, espírito, e eu / eu, bem, significa estado de contentamento estável no qual se encontra o espírito.  A felicidade é o objetivo da sabedoria. O sábio é então eudaímon / eudaimon: feliz.)
Para Sócrates o "conhece-te a ti mesmo" é a chave para a conquista da felicidade. E Epiteto aconselha não buscar a felicidade fora, mas sim dentro de nós, caso contrário nunca a encontraremos.
Isso foi o que disseram os filósofos da antiguidade. Vejamos então o que o Yoga, uma prática milenar, muito mais antiga que a cultura grega, tem a nos ensinar...

DATA: 18/10/2011
Horário: 19 horas

Entrada : 01 lata de leite em pó
Local: Espaço Cultural do Mercado Municipal
(pela rampa do Restaurante Dom Barreto)

Silvia Soares Sant'Ana
Coordenação Projeto filosofandoagora
INFORMAÇÕES:
034 3083 0500
silviasfc@yahoo.com.br


Um abraço carinhoso

Espero vocês lá...





segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Pode ser que sim, pode ser que não

Qualidade de vida –
um resultado de quê?

Eis o tema que o Dr. Lister Vianei Borges discorreu no último filosofandoagora, dia 27/09/2011. Abaixo segue uma síntese de algumas questões que foram abordadas por ele e resumidas por mim. Esclareço que determinadas afirmações, termos e imagens serão compreendidos somente por aqueles que estiveram presente.



O tema de uma palestra no formato de pergunta é um tanto instigante e atrativo, pois subentende-se que o palestrante responderá a própria questão.
Pode ser que sim, pode ser que não



Pode ser que sim, pode ser que não,
Mas a busca por respostas, receitas e formulas mágica ou farmacológica é um fato em nossa existência. Fato que está intimamente ligado à noção de sobrevivência. É também um fato acreditarmos que são as respostas que farão alguma diferença em nossas vidas. Daí o anseio por um roteiro pronto. Porém, há dois pontos com relação às respostas que merecem uma análise. O primeiro é que a receita pronta do tipo: “faça isso e será feliz”, não se adequa a todos. O segundo ponto é que o caminho para se alcançar a tão sonhada qualidade de vida, na vida, é um tanto duro de ser trilhado, isso exige um esforço consciente e disciplinado do ser que pretende ser humano. Contudo, qual caminho devemos trilhar? Não sei, só sei que o caminho das perguntas é bastante interessante. Bem mais produtivo que o das respostas, do tudo pronto, do tudo fácil e do conforto excessivo.
Pode ser que sim, pode ser que não,
Mas dizer que o “desconforto é estimulo evolutivo” é um discurso de quem tem coragem de dizer o que deve ser dito. Hoje vivemos para trabalhar ao invés de trabalharmos para viver. Desse modo, temos tudo e ao mesmo tempo nos falta o essencial. Sabemos que é essencial, mas não sabemos o que falta. E assim esse vazio vai aos poucos nos consumindo e nós vamos consumindo aqui, consumindo acolá, além de nos transformamos em neuróticos por não sabermos “Quem somos”, isto é, por desconhecermos a nossa vocação.
“Neurose é o sofrimento da alma que ainda não encontrou sua vocação” Jung

Pode ser que sim, pode ser que não,
Mas o fato é que a qualidade de vida é multifatorial. Isso significa que a nossa existência depende de um conjunto de coisas e fatores, depende também de um terreno onde estão as nossas possibilidades e também fragilidades. E depende, fundamentalmente, de sabermos viver com os nossos recursos existentes.
Pode ser que sim, pode ser que não,
Mas quando se fala em qualidade de vida, bem-estar e conforto (o que não necessariamente nos proporciona a qualidade de vida) dificilmente se pensa na reconstrução de si mesmo, ou seja, na construção de novos valores, desejos, emoções, etc.


Pode ser que sim, pode ser que não,
Mas rever conceitos, valores e desejos são essenciais. Já que essencial é aquilo sem o qual não se pode existir. A reconstrução de si faz parte do processo evolutivo e tem por finalidade a própria sobrevivência. Não é uma tarefa fácil, porque é preciso colocar as mãos na massa, também não é uma reconstrução reconfortante, uma vez que olhar para dentro de si requer coragem, compaixão, humildade e fé. Mas eis uma tarefa essencialmente necessária.

Pode ser que sim, pode ser que não,
Mas tudo que educa e adestra começa com a letra “P”. Pais, parentes, padrinhos, professores, padres, pastores, etc... Ah! E portadores de TV. Pensem nisso, ou em outras coisas, pois o “Pensamento” também adestra ou educa. Pensem nisso, pois o homem moderno já passou do tempo de tornar-se esclarecido, abandonando assim sua condição de menoridade. Isso é Kant e não Kent.
“A doença nada mais é que o desacordo entre o intelecto e a vontade” Kent

Pode ser que sim, pode ser que não,
Mas os pais não podem ser amigos de seus filhos. Amigo acoita, passa a mão na cabeça é permissivo. Os pais podem ao menos ser amigáveis, mas jamais amigos. E é assim que tem de ser. Se teu filho, menor de 18 anos, lhe pede o carro, o que dizer? Não há conversa, simplesmente justifique dizendo que isso é contravenção penal. Simples assim.



Pode ser que sim, pode ser que não,
Mas o fato é que para termos qualidade de vida é preciso aprender uma coisa simples: respirar. Um pressuposto básico da existência humana que poucos conseguem realizar de modo correto e consciente. Respirar conscientemente nos permite permanecer no Agora (...filosofando), isso é fundamental, pois centrar no momento presente nos retira do passado e do futuro, evitando respectivamente depressão e ansiedade.
Pode ser que sim, pode ser que não.

Vejam outras Mafaldas e Mafaldos que apareceram por lá...






Um abraço carinhoso,

E até o próximo encontro com
Sérgio Carvalho
...

Silvia Soares SAnt´Ana
Coordenação Projeto filosofandoagora