terça-feira, 27 de março de 2012

ACONTECEU 1ª EDIÇÃO



















A única constante da vida é a mudança: como lidar com isso.

Esse foi o tema, talentosamente, discorrido por Cinira Palotta, na 1ª Edição de 2012, no último dia 20/03/2012. O texto abaixo abordará as questões tratadas por Cinira. Algumas passagens foram transcritas e na oportunidade complementarei com outras ideias e estudos, dentro da temática desenvolvida.

Cinira iniciou o seu discurso “homenageando” Heráclito de Éfeso, lembrando a essência da sua filosofia, de que tudo é movimento, o eterno fluir e os constantes ciclos da vida, como dia e noite, frito e quente, as estações, as idades, ou seja, o fluir e os seus contrários.

Na tradição da filosofia ocidental, greco-romana, Heráclito, o pai da dialética, foi o primeiro pensador a dizer que tudo na vida flui, como um rio, que nada permanece o mesmo, sendo impossível ao mesmo homem, banhar-se nas mesmas águas do mesmo rio e que a única constante da vida é a mudança.

Mas como lidar com isso?
Observando, agindo e deixando a vida fluir. Começando pelo começo, ou seja, a partir de um ato importante, o qual tem a capacidade de mudar nossa consciência e o mundo de forma plena: a observação. Em outros termos, mudando a nossa maneira de ver o mundo. Pois o ato de observar, afeta não só a nós mesmos, mas também todo o Universo. Segundo Cinira, na perspectiva da Física Quântica, é o Observador que dá forma à Natureza.





Gostaria de lembrar a principal tese de Fritjof Carpa em sua famosa obra “O Ponto de Mutação”, a qual diz que as crises pelas quais a humanidade enfrenta, sejam os nossos problemas – problemas de inflação, desemprego, saúde, miséria, meio ambiente, violência, corrupção, etc. “tudo isso são facetas de uma só crise, que é essencialmente, uma crise de percepção”. Nessa mesma perspectiva Jorge Blaschke, em “Somos energia” explica que “se não mudarmos nossa maneira de pensar e ver o mundo, não podemos mudá-lo, nem transformar a nós mesmos”.

Cinira explicou um dos primeiros conceitos de Física Quântica – (que certamente nos ajudará a compreender e a lidar melhor com a nossa percepção da realidade ou até mesmo modificá-la) – o conceito da ‘não localidade quântica da mente’, ou seja, a mente não é local. Vivemos mergulhados num oceano de energia, porque tudo é formado por átomos e assim há uma interconexão entre todas as mentes. Palotta também esclareceu que para os Físicos Quânticos o Universo se parece com um grande pensamento, uma vez que, para um átomo tomar forma e funcionar é preciso um observador consciente e isso é provado em laboratórios de física. Portanto, se não existe um observador que observa - nada na natureza toma forma. É nesse aspecto que a nossa mente dá forma às coisas.




Complementando a mesma linha de inteligência de Cinira, Jorge Blaschke coloca que com as novas teorias da Física Quântica “o mundo da matéria e o mundo da mente já não estão mais separados, já que estão relacionados entre si e a mente exerce um efeito direto sobre a matéria. Assim, podemos ver que influímos no minúsculo mundo infinitesimal das partículas subatômicas, e se deduz que somos constituídos por esse mundo, somos esse mundo”.

Daí, explica Cinira que devemos ser responsáveis pelos nossos pensamentos, responsáveis no sentido de darmos resposta à, ou seja, àquilo que pensamos. Uma vez que, o tempo todo estamos modificando e interferindo na nossa realidade, pois não paramos de pensar. A nossa mente dá forma as coisas da nossa vida e assim interferimos no nosso Universo, muito mais do que nós imaginamos.



Nessa perspectiva, Cinira propõe um exercício fundamental diante do fato de interferirmos constantemente no Cosmos: o exercício de observar, com disciplina, os nossos pensamentos e questionar se o meu pensamento vai me levar para o mais, se tal pensamento possibilitará novas oportunidades e novos horizontes, de acordo com os princípios da Programação Neurolinguística, ou se esse pensamento me limitará.

 É fato:

Alguns homens vêem as coisas como elas são, e dizem: Por quê? Eu sonho com coisas que nunca foram, e digo: Por quê não?” George Bernard Shaw

E por que não sermos felizes?

Cinira enfatizou que não adianta tapar os furinhos, tentando impedir a mudança ou buscando a felicidade em coisas externas, instáveis e inseguras. Quanto mais nos agarramos ao externo mais inseguros ficamos, e quanto mais inseguros, mais nos agarramos ao externo e assim entramos num ciclo vicioso. De infelicidade, pois já não me basta o que tenho. Se nos apegamos mais e mais ao externo, mais nos afundamos nesse ciclo de insatisfação. Isso tem relações com o mundo consumista que promete um banquete de satisfação e felicidade que na verdade não passa de uma ilusão.





Basta refletirmos sobre as doenças do nosso tempo, chamadas de “doença da civilização” como: depressão, estresse, enfermidades cardíacas, hipertensão, obesidade, câncer, tristeza, entre outras. No entanto isso tudo ocorre numa época de medicina avançada, com altos recursos tecnológicos, mesa farta, acesso à informação e conhecimento, diversos meios de diversão, conforto, etc... Isso tudo são consequências daquilo que Cinira chama de “buscar fora”.

É a partir desse redemoinho que  ela nos convida a assumirmos o fato de que tudo é impermanente. Nesse sentido, flexibilidade, saber se adaptar às mudanças é imprescindível a nossa existência. Mas, segundo a palestrante, além da flexibilidade, do jogo de cintura, é preciso assumir o friozinho na barriga.  Por mais que nosso desejo seja o de nos proteger porque não queremos nos sentir vulneráveis. Além do mais, todos nós passamos por sentimentos de vergonha e medo.



No entanto, Cinira destaca que não podemos escamotear o sentimento de vulnerabilidade,  criando uma couraça em torno de nossas emoções,  mascarando um sentimento que não queremos sentir. E cada pessoa encouraça uma área do corpo: como o ombro, o peito, coluna, o quadril, o estômago, para excluir os sentimentos de vergonha e medo. No entanto, quando excluímos uma emoção que nos faz sentir frágeis, consequentemente, excluímos as emoções de prazer, gratidão alegria, etc. Neste aspecto, as couraças, a aparência, as máscaras e todo tipo de disfarce são estratégias perfeitas que impedem o ciclo da vida. 

Há outro sentimento muito importante que devemos analisar, segundo Cinira: o sentimento do medo da exclusão. Temos medo de sermos excluídos, (...) ser excluído implica em morrer. Nós temos no nosso inconsciente esse sentimento de que eu preciso do grupo, preciso pertencer para sobreviver. O sentimento de pertença, por sua vez, é profundamente desenvolvido pelas ciências humanas. Tzvedan Todorov, filósofo e linguista, aborda essa questão em “A vida em Comum”, onde relata que “o homem vive talvez em sua pele, mas começa existir apenas a partir do olhar dos outros, portanto, sem existência a própria vida se extingue.
Estar sozinho, neste aspecto de ser excluídos, é como se não mais existíssemos. O reconhecimento de nossa existência, diz Todorov, “é condição preliminar de toda coexistência, é o oxigênio do homem”.

É fato:
se não entendemos nossa própria estrutura íntima, nossa psique, nosso sentir e nosso pensar, como haveremos de entender outras coisas” Jiddu Krishnamurti

E por que mudar é ruim?

A princípio quando pensamos em mudança achamos que mudar é ruim, porque toda mudança implica em sairmos de nossa zona de conforto, o que por sua vez exige esforço, disciplina, dedicação e fazer diferente. Mas Cinira propõe que quando olhamos para o nosso passado, fazendo um exercício de recordação, tentando buscar os momentos de mudanças em nossas vidas, veremos que a vida já nos provou que mudar é bom e que não há como controlar a vida, porque a vida é um rio que flui o tempo todo, independente da nossa vontade. A mudança, no entanto, nos leva à criatividade, nos leva as novas possibilidades. Importante que nós observemos com que postura nós olhamos para a impermanência, com que postura mental, pondera Cinira. Porque a minha mente vai mexer com as ondas de probabilidade do átomo e isso vai fazer com que o Universo ao redor de mim na minha vida se modifique para melhor ou pior. EU SOU O CAPITÃO DO MEU NAVIO. Os meus padrões mentais estão sempre me levando a criar algo, bom ou ruim. O feedback que a vida nos dá vai me mostrar que o movimento que eu fiz foi para somar positivo ou para negativo.

Esse feedback que a vida nos oferece representa um dos pressupostos básicos da Programação Neurolinguística: de que não há fracasso nem erros, o que há são resultados. E o resultado, por sua vez, é uma resposta do nosso padrão mental. Nesse sentido, se fizermos o que sempre fizemos, teremos o resultado que sempre tivemos. Compreender isso é fundamental para entendemos porque criamos a mesma realidade, cotidianamente, e os mesmos relacionamentos e por que continuamos tendo os mesmos empregos repetidamente? Pense nisso...

É fato:
“Engraçado, costumam dizer que tenho sorte. Só eu sei que quanto mais eu me preparo mais sorte eu tenho”. Anthony Robbins

Tomar nota: tarefa para casa. Assistir ao filme Invictos. Durante 27 anos, Mandela recitava o poema Invictus todos os dias, na prisão e se visualizava saindo de lá...  


Outro exemplo de vitória mental:
Viktor Emil Frankl (1905 - 1997) foi um médico e psiquiatra, fundador da escola da Logoterapia, que explora o sentido existencial do indivíduo e a dimensão espiritual da existência. 

"O ser humano não é completamente condicionado e definido. Ele define a si próprio seja cedendo às circunstâncias, seja se insurgindo diante delas. Em outras palavras, o ser humano é, essencialmente, dotado de livre-arbítrio. Ele não existe simplesmente, mas sempre decide como será sua existência, o que ele se tornará no momento seguinte" Victor Frankl

Fazendo escolhas.

Nós somos produtos das nossas escolhas, e fazer escolhas dá frio na barriga, nos sentimos frágil, o sentimento de vulnerabilidade vem mesmo, mas nós a enfrentamos como um capitão do nosso navio, disse Cinira. Nessa perspectiva a valorização de si próprio é fundamental. Eu me valorizo e assim a vida me traz um feedback, porque a minha mente mexe com as ondas de probabilidade dos átomos e modifica o mundo ao meu redor. Segundo Jorge Blaschke há um postulado em física quântica que diz que “os átomos, em algumas ocasiões são partículas e, em outras, ondas, e que as partículas respondem à mente do observador, fazendo com que a mente subjetiva intervenha no comportamento da energia e da matéria”. Eis porque criamos as mesmas realidades, os mesmos relacionamentos e os mesmos empregos.

É fato:
“Um homem que nunca fez um erro nunca fará nenhuma outra coisa” George Bernard Shaw.


Permissão

Para a Programação Neurolinguística, a permissão faz parte das categorias fundamentais para que a mudança aconteça, pois é a crença de que merecemos o novo. Ela é imprescindível, segundo Cinira, porque somos nós que nos damos permissão. Abaixo segue algumas recomendações de Cinira para que possamos trabalhar nossa permissão:

·         Coragem de sermos imperfeito
·         Errar faz parte da nossa natureza.
·         Dignidade de ser si mesmo. Ser autêntico.
·         Estar disposto a abdicar do que “deveria ser”. Onde está escrito que nós deveríamos isso ou aquilo? Esse “deveria” são crenças que nós criamos na nossa cabeça.
·         Quão fugaz é a fama. Tudo que é externo vai embora rápido, o que fica é o interno. Como lidamos consigo mesmo.
·         Como eu lido com as minhas crenças, com as minhas emoções, como eu lido com os meus pensamentos?
·         Observe-se. Buda diz que o bom discípulo deve desenvolver três qualidades: capacidade de observar-se, capacidade de observar-se e capacidade de observar-se.
·         Ser gentil consigo mesmo.
·         O erro abre portas às novas possibilidades. Olhar para os erros com gentileza, aceitação e respeito. Aceitar, olhar e sem dramas.
·         Crenças não são verdades absolutas. Elas são mutáveis.
·         Permitir-se ser auto-centrado sem ser ego-centrado.
·         Ser centrado em si mesmo, ser gentil consigo mesmo é muito diferente de achar que o mundo gira em torno do seu umbigo.
·         As pessoas que assumem a vulnerabilidade vão em frente onde não há garantias, por exemplo, dizer eu te amo primeiro.
·         A vida não é controlável e não é previsível.
·         Mentes abertas, que aceitam mudanças sempre vão ser mais bem sucedidas, que as mentes fechadas, que não aceitam mudanças, que querem controlar a vida e prever a vida.



Finalizando com pouco de Constelação Familiar
Palavras de Cinira:

O medo da exclusão, normalmente está ligado à falta de contato com a energia de Pai e Mãe. Se eu aponto o dedo contra meu pai, estou apontando o meu dedo contra mim. Porque metade das minhas células é meu pai. Isso vai fazer com que eu seja mais forte ou mais fraca? Metade de você é seu pai, ache bom ache ruim, tenha conhecido ou não. O mesmo com a mãe. Metade de você é sua mãe. Se eu tenho excluído o meu pai e a minha mãe, estou excluindo a mim. E assim eu sinto um enorme sentimento vulnerável de exclusão, que eu estou criando, por estar excluindo a vida. Porque foram meu pai e minha mãe que me deram a vida. E assim eu fico frágil. E como eu não percebo que essa fragilidade é fruto de eu estar excluindo pai e mãe, ou pai ou mãe, (Freud diz que o que a gente não vê em nós a gente projeta nos outros) e aí vem aquela sensação de que há algo em mim que se for descoberto serei excluída.



Mural de Fotos - 1ª Edição

















Agradecemos a presença de todos vocês
Um grande abraço e
até o próximo encontro
08/05/2012 (Agende)

Silvia Soares Sant'Ana


Apoio:
Secretaria Municipal de Cultura



terça-feira, 6 de março de 2012

1ª Edição 2012


 



Inaugura a Temática
A vida e seu eterno fluir.
Um retorno à filosofia de Heráclito.


 
1ª Edição 2012
Apresenta a palestra

A única constante da vida é a mudança:
Como lidar com isso?

Palestrante:
Cinira Palotta
Biólogoa, Mestre em Reiki e
Master Practitioner em PNL

Data: 20/03/2012
Horário: 19 horas
Entrada : 01 lata de leite em pó
Local: Espaço Cultural do Mercado Municipal
(pela rampa do Restaurante Dom Barreto)
INFORMAÇÕES: 034 3083 0500



Apoio:
 Secretaria Municipal de Cultura



Silvia Soares Sant'Ana
Coordenação e Realização
Projeto filosofandoagora