filosofandoAgora: Aconteceu 8ª Edição do Projeto filosofandoagora

Do desejo ao prazer de mudar

Aconteceu no dia 28/11/2012 a 8º Edição do Projeto filosofandoagora, apresentando a palestra “Do desejo ao prazer de mudar” com a Psicóloga Clínica e Coordenadora do Instituto Milton Erickson do Triângulo Luziene Franzão, na Casa da Cultura de Uberlândia. O tema apresentado resgatou um componente fundamental que estrutura e complementa a temática que vimos discutindo durante todo o ano de 2012, abordando em diversas perspectivas os princípios da filosofia de Heráclito: o movimento, o devir, a mudança e as constantes mutações.

O componente que fechou o ciclo de palestras sobre mudança foi o “Desejo”. Um conceito básico que representa a força motriz das ações humanas. Uma vez que sem o desejo não há caminho a ser percorrido, não há escolhas a serem feitas, não há passagem, nem mutação consciente. Lembrando que o desejo, segundo Martin Heidegger é a morada do ser, pois é no desejo que habita um mundo de possibilidades.

De um modo muito terapêutico, tranquilamente, com uma postura profundamente expressiva, com uma voz agradavelmente treinada para nos colocar em estado alterado de consciência, estado esse imprescindível para que nosso consciente e inconsciente trabalhem naquelas questões e conflitos que precisam ser modificadas, a palestrante Luziene Franzão, expressivamente, inicia seu discurso com a seguinte frase:

“Se você quer mudar os outros, experimente primeiro mudar a si mesmo”.

Luziene esclarece que essa situação é muito corriqueira nos consultórios de psicologia clínica. Uma vez que a pessoa chega para fazer a sua terapia e traz como assunto imediato: o “outro”, como sendo o seu problema, a sua queixa, o seu tormento. Esse fato é comum, pois muitas vezes acreditamos que só é possível a mudança caso o outro mude. A resistência à mudança acontece, em alguns casos, quando acreditamos que o problema está no outro, ou seja, no chefe, no cônjuge, no vizinho, no irmão, na cunhada, no colega de trabalho, enfim. O outro é a pedra no caminho. Esse pensamento demonstra o quanto nós - que consideramos o outro o nosso martírio - não direcionamos o nosso olhar para nós mesmos. Olhar para si mesmo, se aprofundar numa terapia - no processo de autoconhecimento, com intuito de realmente se conhecer – é um processo fundamental para que possamos crescer como adultos maduros, autônomos e consequentemente responsáveis por nossa própria felicidade e mudança que dependem unicamente de nós.

É fato filosófico e psicológico: o caminho para uma efetiva mudança começa pelo olhar. Porque se você muda a forma como olha as coisas, as coisas que você olha mudam. Esse exercício de modificar o olhar é conhecido como ressignificação. Ressignificar é uma atitude que depende de uma capacidade de buscar outros sentidos e significados numa situação que a primeira vista pode parecer ruim e negativa. Neste caso, ao invés de acharmos que o outro é um obstáculo, porque não enxergar o outro como uma mola. Já que a mola tem a função de nos impulsionar, nos jogar lá na frente, sem termos que tropeçar nos obstáculos. E como sugeriu a palestrante - como se estivesse nos dando uma tarefa terapêutica: “tente buscar no outro, o que ele tem de melhor, o que ele tem de bom, de positivo, faça uma lista das qualidades dessa pessoa, mude seu olhar, ressignifique !!!”

Crise foi outro tema muito oportuno abordado pela Psicóloga Luziene Franzão, que gostaria de refletir:

Crises são momentos de mudança, onde os velhos padrões já não servem e os novos ainda não foram ajustados.

Gosto muito do termo crise. Mas só comecei a admirar esse conceito quando descobri o seu significado em chinês: wei-ji que é o composto das palavras “perigo e oportunidade”. Crise e mudança estão em profunda conexão, caminham juntas. Segundo a tradução compreende-se perfeitamente que diante de um perigo a atitude mais pertinente é a de agir oportunamente. E na vida de um modo geral, tudo muda, os paradigmas da ciência estão sempre se modificando, os nossos valores mudam conforme amadurecemos, o nosso corpo nos demonstra isso, dia-a-dia. De acordo com Luziene “Nenhuma adaptação pode ser definitiva. A montanha sofre erosão, o rio corre, os corpos envelhecem, os espíritos e os comportamentos evoluem. No mundo vivo as mudanças e as adaptações se produzem permanentemente, mas não temos consciência delas. Do mesmo modo que a primavera contém as sementes do verão, o verão contém as do outono e assim por diante”.

A própria vida e as crises fazem parte de um ciclo que permanece em constante movimento. Nessa perspectiva, na nossa existência ora ou outra estaremos em algum momento de crise ou inevitavelmente nos modificando, externa e internamente, consciente ou inconscientemente. Quando assim acontecer, deixe o velho ir embora, sem mágoa, sem apego, para que o novo possa chegar, para que o novo possa nos alegrar.

Seguiremos agora com algumas perguntas e apontamentos da palestrante, para que você mesmo possa analisar, refletir, completar, modificar, ressignificar e até mesmo criar as suas conclusões, quem sabe criar o seu próprio texto, a partir do pretexto: “do desejo ao prazer de mudar”.

Para quê mudar?

Para melhorar o relacionamento com os outros? Consigo mesmo?

A mudança não é um fim em si mesma, mas sim um meio . Só é útil quando contribui para maior sucesso, maior satisfação e é parte de uma evolução mais favorável.

Os pequenos passos

Dados na direção certa estão paradoxalmente na origem de grandes progressos, pois evitam provocar os efeitos maléficos de regressões devidas a passos grandes demais.

Ao nos esforçarmos para atingir o inacessível, tornamos impossível o que seria realizável.

Uma atitude diferente

É mais sábio manifestar comportamentalmente aos outros aquilo que esperamos deles em vez de cobrar-lhes ou dar-lhes ordens.

A realidade é o resultado de nossa construção mental, então podemos nos convidar a construir essa realidade de um modo diferente, novo, para extrair dela o máximo de possibilidades de ação.

A realidade

A rigidez de nossas interpretações impede a descoberta. Uma pessoa rígida(fechada) em suas crenças, pensamentos, verdades internas, está tão focada neles que lhe é impossível aceitar informações que desestabilizem essas certezas.

Recontextualização e ressignificação:

Há egoístas e egoístas. Egoísta é aquele que sabe tomar conta de si mesmo

O que a lagarta chama de fim, o mestre chama de borboleta...Eu acredito que as borboletas voam no tempo certo, depois de permanecerem um tempo amadurecendo no casulo.

“Sábio é quem primeiro pratica suas palavras

e depois fala conforme suas ações.”

Confúcio

Um preâmbulo aos bolos integrais.

Para mim, fazer esses bolos é uma verdadeira terapia. É um modo muito especial de permanecer no aqui e agora. Na cozinha, eu simplesmente me desligo. É a minha forma de meditar. Separo os ingredientes, coloco um som ambiente, organizo minha cozinha. Preparo-me física e emocionalmente para fazer algo gostoso. E também gosto de saber que estou preparando um alimento saudável, rico em nutrientes integrais com o mínimo de ingredientes industrializados. Pode parecer difícil trocar a farinha branca, pela integral ou até mesma a aveia, ou outros farináceos integrais. O açúcar branco, considerado um veneno, pelo mascavo ou até mesmo o demerara. O ovo pela linhaça hidratada ou até mesmo pelo inhame. Enfim... Acredito que as mudanças acontecem aos poucos, a partir de uma informação aqui, uma conscientização ali, uma vontade de investir na qualidade vida, de ingerir um alimento mais integral que realmente possa nos suprir integralmente, nosso corpo, nossa alma.

Torta de maça integral

Primeiro passo: cozinhe 02 inhames médios com casca. Depois de cozido deixe esfriar, tire as cascas.

Segundo passo: hidrate 02 colheres de linhaça dourada em um pouquinho de água (dois dedos).

Terceiro passo: unte a forma e acrescente canela e açúcar mascavo na forma, de preferência redonda. Já acenda o forno

Quarto passo: no liquidificador coloque os 02 inhames cozidos e picados, 5 maças picadas com casca, 1 xícara de açúcar mascavo, 1 colher de sobremesa de canela em pó, 1 colher de café de gengibre em pó, coloque a linhaça hidratada, 3 colheres de óleo de milho, 3 colheres de sopa de farinha de soja e ½ copo de água. Bata todos os ingredientes, somente a água vá colocando aos poucos. Deixe a massa cremosa, pode acontecer de precisar de mais água ou menos.

Quinto passo: numa vasilha coloque a mistura do liquidificador, acrescente frutas cristalizadas a gosto, 3 xícaras de aveia em flocos finos e misture bem. Deixe a massa bem consistente. Antes de colocar o fermente químico, vá para o sexto passo.

Sexto passo: Corte uma maça em fatias finas para enfeitar e dividir o bolo e reserve.

Sétimo passo: coloque o fermente químico, misture bem, mas levemente. Coloque a massa na forma e vá colocando as fatias de maça.

Oitavo passo: leve ao forno por aproximadamente 45 a 60 minutos.

Nono passo: Deixe esfriar dentro do forno.

Décimo passo: Faça um chá de sua preferência e bon apetit
(Obs: para essa quantidade de ingredientes eu usei uma forma redonda e uma retangular)

Bolo de banana com gotas de chocolate amargo

Primeiro passo: hidrate 02 colheres de linhaça dourada em um pouquinho de água (dois dedos).

Terceiro passo: unte a forma e acrescente canela e açúcar mascavo na forma, de preferência redonda. Já acenda o forno

Quarto passo: no liquidificador coloque 02 inhames crus sem casca e picados, 5 ou 6 bananas prata picadas, 1 xícara de açúcar mascavo, 1 colher de sobremesa de canela em pó, 1 pedaço pequeno de gengibre in natura, coloque a linhaça hidratada, 3 colheres de óleo de milho, 3 colheres de sopa de farinha de banana verde e ½ copo de água. Bata todos os ingredientes, somente a água vá colocando aos poucos. Deixe a massa cremosa, pode acontecer de precisar de mais água, por causa da farinha de banana, que deixa o bolo muito fofo.

Quinto passo: numa vasilha coloque a mistura do liquidificador, acrescente uva passas picadinha a gosto, chocolate amargo picado a gosto, 3 xícaras de aveia em flocos finos e misture bem. Deixe a massa bem consistente. Coloque o fermente químico e vá para o sexto passo.

Sexto passo: leve ao forno por aproximadamente 45 minutos.

Sétimo passo: Deixe o bolo esfriar dentro do forno.

Oitavo passo: Faça um chá de sua preferência e bon apetit

(Obs: para essa quantidade de ingredientes eu usei uma forma redonda e uma retangular)

Ah! não despreze a sua sabedoria culinária, ela será importante.